quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Recorde 15 questões respondidas por Carlos Eduardo Pereira ao blog

 Recorde as respostas do agora Presidente eleito do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, para 15 questões encaminhadas pelo blog aos candidatos, cuja publicação ocorreu no dia 05 de novembro:

1) O que o motivou a se candidatar à Presidência do Botafogo?

CARLOS EDUARDO: Certamente ocupar este cargo é um privilégio para qualquer botafoguense. Mas minha indicação veio de um consenso dos membros do MAIS BOTAFOGO e do BOTAFOGO ACIMA DE TUDO E pode ser considerada como um desdobramento natural de nossa participação das últimas eleições.
Tenho 56 anos, sou empresário, filho de botafoguense, casado com uma botafoguense que conheci em General Severiano e já frequentava nossa sede desde os primeiros anos de vida, convivendo com os craques dos anos 60.
Nossa volta a General Severiano sempre foi um grande sonho pessoal. Participei da luta pelo tombamento da sede e tive o privilégio de ter sido o autor da proposta de criação da Comissão para Volta no Conselho Deliberativo e participei dos trabalhos desta Comissão que nos trouxe de volta.
Fui VP Administrativo pelas próximas gestões, quando ganhamos a Copa Conmebol, em 1993 e VP Geral na de Carlos Augusto Montenegro, quando ganhamos o Campeonato Brasileiro de 1995.
Fui eleito Benemérito em 1994, participo ativamente da vida do Clube e concorri, representando a Chapa MAIS BOTAFOGO às eleições de 2011, obtendo quase 30% dos votos. Daí em diante, seguimos alertando os Conselheiros e associados botafoguenses para os dias difíceis que estavam por vir, fruto da incapacidade gerencial desta Diretoria.

2) Caso seja eleito, qual a primeira ação que tem em mente como gestor do clube?

CARLOS EDUARDO: Iremos visitar o plantel e a Comissão Técnica do Futebol para agradecer-lhes todo empenho e dedicação que têm demonstrado, dizer que não estarão mais sozinhos na luta pela permanência na Série A e reiterar nossa confiança de que são capazes de atingir este objetivo essencial para o Clube.

3) Após assumir o clube, buscará os candidatos derrotados para que possam aglutinar forças em prol do clube?

CARLOS EDUARDO: Nossa Chapa estará aberta ao diálogo com os membros de todas as outras e com os associados e torcedores em geral.
No atual momento político e financeiro do clube, não podemos abrir mão dos botafoguenses que estejam prontos para ajudar e não tenham tido participação nos atos desta gestão. Obviamente que tal ajuda deve estar condicionada aos valores que regem esta candidatura e nosso Plano de Gestão, quais sejam: o compromisso com a ética e com a transparência administrativa; a responsabilidade fiscal, a eficiência na aplicação dos recursos do clube, busca e ampliação de parcerias comerciais, priorização das categorias de base do futebol e a montagem de um time combativo, dentro de nossas tradições vitoriosas do clube.
Entretanto, gostaria de deixar registrado que, com esta gestão, não há composição possível.

4) Em sua opinião, atualmente qual a principal prioridade do Botafogo?

CARLOS EDUARDO: Sem dúvida alguma é o setor financeiro e o equacionamento das pendências fiscais, trabalhistas e cíveis, sem o que não teremos como gerenciar o Clube. O BOTAFOGO hoje encontra-se em estado de insolvência de fato, e isso precisa ser revertido o mais rapidamente possível.
Em seguida, o futebol como um todo, da base ao time principal e a captação de novos recursos e patrocínios, sem os quais nada se consegue.

5) Planos relacionados ao Engenhão, assim que estádio for devolvido ao clube?

CARLOS EDUARDO: A questão do Engenhão ainda está muito nebulosa e será abertamente esclarecida por nós. A forma como a interdição do estádio ocorreu e a inércia do Clube diante dos fatos foram realmente perturbadoras. Os sócios e a torcida do BOTAFOGO merecem que tudo seja muito bem apurado e divulgado.
O Engenhão é a casa do BOTAFOGO e já estamos realizando prospecções e estudos que indiquem a necessidade de novos parceiros comerciais para explorar economicamente o estádio, seja através do uso da área para esportes, shows e eventos, dos espaços publicitários ou dos naming rights, especialmente considerando que ele será o estádio olímpico de 2016. Podemos garantir aos botafoguenses que o Engenhão certamente deixará de ser um estádio vermelho e neutro para ostentar as nossa cores, como fazem os grandes clubes com seus estádios em todo o mundo.
Dito isso, não deixo de lamentar pelo fato da Diretoria do BOTAFOGO não ter tomado uma posição enérgica em defesa dos interesses do BOTAFOGO.

6) O que pensa sobre uma possível cogestão do Engenhão, conforme foi noticiado?

CARLOS EDUARDO: Precisaremos conhecer exatamente as relações existentes entre o BOTAFOGO e a operadora, pois já foi feito um empréstimo de mais de R$ 20 milhões sem a aprovação dos órgãos do Clube(Conselhos Fiscal e Deliberativo).
Qualquer decisão deverá estar amparada num plano de negócios vantajoso para o BOTAFOGO.

7) Sobre a situação financeira, o que pensa das ações do clube em relação ao Ato Trabalhista, REFIS, Proforte?

CARLOS EDUARDO: A dívida do clube hoje gira em torno de 750 milhões de reais. O principal problema dessa dívida está nos juros gerado por ela. Temos três tipos distintos de dívida: fiscal, trabalhista e cível.
A dívida fiscal é a mais inflexível e de difícil negociação. Por conta de um princípio jurídico chamado de “indisponibilidade do interesse público”, não há praticamente nenhum espaço para negociação com os servidores públicos de carreira do Governo, por portaria. Toda negociação deve ser aprovada em lei. Isso cria uma gigantesca amarra para o clube. Somente com a aprovação do ProForte teremos chance de obter melhores condições, pois, como é de conhecimento público, o atual Presidente do Botafogo deixou de recolher tributos de maneira irresponsável, contando com uma grande anistia que não aconteceu. Com o parcelamento da dívida em até 25 anos, esperamos que a parcela de pagamento mensal não ultrapasse o equivalente a um milhão por mês. O Clube acaba de inscrever-se no REFIS e o Clube obteve uma fonte de financiamento externa com a garantia de todos os candidatos a Presidente.
A dívida trabalhista é mais flexível, mas nem tanto, pois os sindicatos e a justiça do trabalho costumam não liberar a livre-negociação no pagamento de dívidas entre patrão e empregado, especialmente quando a causa já está posta na justiça e com sentença definitiva. O ato trabalhista é uma solução, mas devemos atentar quanto aos juros cobrados pela justiça do trabalho, notadamente altos e bem maiores que a média de juros obtida no mercado financeiro. Caso a parcela mensal a ser depositada no TRT venha a ser muito alta, teremos de buscar a mesma solução a ser encontrada para as dívidas cíveis. Outras medidas que tomaremos:
- Fazer uma “due diligence” da Dívida, de modo a avaliar exatamente o seu valor e o seu perfil;
- Alongar o perfil da dívida de curto prazo, por meio de negociação realista com credores;
- Examinar detalhadamente os contratos atuais do clube, procurando renegociar ou rescindir aqueles que não tragam benefícios reais ou prejuízos ao clube;
- Elaborar um planejamento tributário, a ser rigorosamente seguido;
- Trabalhar com orçamentos realísticos e fortalecer os processos de controladoria, de modo a garantir que a execução orçamentária não produza déficits nos demonstrativos de resultados;
- Controlar as receitas e despesas por centros de custo, de modo a manter no clube apenas atividades superavitárias ou autofinanciáveis;
- Planejar uma gestão por objetivos de curto, médio e longo prazo, que demonstre a viabilidade econômica do Clube e facilite a negociação com possíveis investidores que tragam dinheiro novo para o clube;
- Reconquistar a credibilidade no mercado pela transparência, responsabilidade e eficácia da gestão econômica-financeira do clube.

8) Como avalia a gestão Maurício Assumpção?

CARLOS EDUARDO: A reeleição mais uma vez fez mal ao BOTAFOGO e nosso compromisso é promover uma reforma estatutária que a proíba. Depois de 3 anos razoáveis, sustentados por muito marketing pessoal, o atual presidente e seus companheiros, que hoje estão na chapa azul, perderam-se completamente e estão chegando ao final do mandato de forma melancólica. Deveriam ter renunciado mais cedo e poupado o Clube de um ano para ser esquecido. Mas pior, ainda pretendem permanecer conduzindo o Clube através da chapa azul, o que, por certo, os associados não permitirão.

9) Como recuperar a confiança do torcedor, após um ano de tanta humilhação, com pior campanha em estaduais, última posição no grupo da Libertadores, eliminado com goleada na Copa do Brasil e lutando para não cair no Brasileiro?

CARLOS EDUARDO: O torcedor do BOTAFOGO é ÚNICO e forte o bastante para superar mais estes momentos difíceis.
Entendemos que é essencial um choque de transparência e credibilidade, para que todos os botafoguenses se unam na luta pela recuperação do Clube. Para que este compromisso seja duradouro, nossas ações precisarão ser divulgadas e entendidas por todos. Ninguém será comissionado, terá favores ou privilégios. Os botafoguenses verão que o Clube vai iniciar um novo tempo.

10) Poucos jogos em tv aberta acabam dificultando a conquista de patrocinadores. Como trabalhar isso junto à emissora de televisão?

CARLOS EDUARDO: Vamos dialogar com a televisão pois entendemos que a diferença existente entre a remuneração dos grandes Clubes é exageradamente grande e nos dispomos a debater este tema. Não custa lembrar que foi exatamente o atual Presidente, hoje representado pela chapa azul, que fez a péssima negociação que resultou no fim do Clube dos Treze e do baixo crescimento de nossas receitas.

11) Acredita que o time atual conseguirá evitar o rebaixamento? Caso não consiga (batendo na madeira aqui), está preparado para encarar mais esta situação?

CARLOS EDUARDO: Confio no empenho e dedicação de nossa equipe e Comissão Técnica, que estão se empenhando, mesmo sem receber em dia. Qualquer que seja o desfecho esportivo do Brasileirão, estaremos empenhados na elaboração do planejamento para o Carioca de 2015, para apagarmos a péssima campanha de 2014, a pior de toda a nossa história.

12) Projeto concreto para o CT da base?

CARLOS EDUARDO: Sempre defendemos a criação de um centro de treinamento único, integrando os profissionais e as divisões de base, fazendo assim uma sinergia entre esses dois setores para uma completa verticalização do Departamento de Futebol e melhor adaptação dos métodos de treinamento dos atletas, quando da passagem de categoria.
Essa medida é praticada pela maioria dos grandes clubes do mundo, e também reduz custos de maneira significativa, otimizando nossos conhecidos parcos recursos. De certo forma, foi uma sorte que as diversas “pedras fundamentais” lançadas pelo atual Presidente ao longo de seis anos, não tenham resultado na construção de nenhum CT, pois isso poderia ter significado o investimento em uma estrutura excessivamente cara e ineficiente. Estaremos abertos para investimentos conjuntos que permitam a implementação do projeto ao longo de 2015.

13) Com a situação financeira atual, qual o nível de elenco que pretende montar para 2015?

CARLOS EDUARDO: Temos poucas receitas disponíveis para 2015, pois a maioria já está comprometida com dívidas.
Entendemos que muitos Clubes não conseguirão manter plantéis de altíssimo investimento e prevemos um ano de transição que irá nos favorecer. Certamente teremos um time competitivo e mesclando experiência, talento e juventude.

14) Se eleito, pretende procurar Jefferson para tentar mantê-lo no clube?

CARLOS EDUARDO: A permanência do Jefferson é essencial para a retomada de nossas atividades em 2015. Tanto pelo grande atleta que é, pela condição de titular da seleção brasileira e pelo caráter internacional que dá ao nosso plantel. Essencial.

15) Sócio torcedor com direito a voto, sim ou não?

CARLOS EDUARDO: SIM.

A democratização do clube para todos os botafoguenses é essencial, e vamos sim fazer um programa de sócio não-proprietário que tenha direito a votar e a ser votado nas eleições internas do clube. A ideia é segmentar os planos de sócio de acordo com a preferência do torcedor, que é o nosso grande cliente. O torcedor que quiser ter direito a voto paga um valor determinado. Outro que quiser ter acesso ao clube social paga mais um valor. O que quiser ter apenas acesso ao estádio paga outro valor, e assim sucessivamente. O nosso sócio-torcedor-cliente terá um cardápio de opções à disposição dos botafoguenses para customizar o plano de sociedade que melhor lhes convier, impulsionando assim as receitas do clube e gerando direitos, conforto e praticidade para nossos torcedores.

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